Timão não aproveita chances claras contra o Santos, mas reage depois de péssima atuação
O empate sem gols do Corinthians com o Santos foi, de certa forma, surpreendente pelo lado do Timão. Depois de uma atuação terrível contra o Flamengo, a equipe de Sylvinho se portou bem melhor na Vila Belmiro e teve chances claras de gols.
Mais do que isso, o jogo válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro deixou até um fiozinho de esperança na torcida: Giuliano fez ótimo primeiro tempo e mostrou que não terá dificuldades para se firmar como titular da equipe a curto prazo.
Melhor ainda: a tendência é que tenha seu futebol turbinado por Renato Augusto a partir da próxima rodada, em duelo contra o Ceará, em casa. Os jogadores certamente darão mais qualidade ao meio-campo do Timão e devem jogar juntos.
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Camacho e Giuliano em Santos x Corinthians na Vila Belmiro — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Fator Giuliano
A expectativa era grande, e na etapa inicial foi muito bem correspondida. Jogando com leveza e muita qualidade, Giuliano foi bem em seus primeiros minutos. Eficiente para sair de situações de pressão, sempre atuando mais pelo lado direito do meio-campo e ataque. Fez a bola girar com tranquilidade.
Com uma boa partida também de Fagner, o lado direito funcionou bem. Duas das três chances claras do Corinthians no primeiro tempo saíram por ali. Numa delas, Giuliano aproveitou contra-ataque de Jô para enfiar linda bola para Gustavo Mosquito, que parou em João Paulo.
Passe de quem tem qualidade, noção de espaço no campo e visão de jogo. Quesitos importantes para que o jogo de qualquer equipe flua em um setor tão importante quanto o meio. Destaque também para o preparo físico de Giuliano, em campo por 98 minutos.
Os números do meia*:
- 38 passes certos (3 errados)
- 2 desarmes
- 1 cruzamento certo (1 errado)
- 5 dribles certos
- 5 viradas de jogo certas
- 1 assistência para finalização
- *Números do Footstats.
Certamente, pouco a pouco o novo camisa 11 vai se tornar um jogador importante para o coletivo, em um setor com várias peças, mas poucas capazes de desequilibrar as partidas.
Resultado injusto?
Se no primeiro tempo o Corinthians "segurou a onda" e deu apenas indícios de que jogaria bem, na etapa final passou a dominar a partida com presença constante no campo de ataque, com direito a alguns destaque individuais. Poderia ter vencido o jogo com tranquilidade.
Uma enfiada de bola de Gabriel terminou em assistência de Mosquito para Jô. Seria (na verdade, foi) o primeiro gol, mas acabou anulado pela arbitragem por impedimento do ponta. Praticamente no lance seguinte, mas já pelo lado esquerdo, Mosquito foi derrubado na área por Madson, e o árbitro Flávio Rodrigues de Souza marcou pênalti.
Depois, o lance acabou anulado pelo juiz após consulta ao vídeo. Dois lances que jogaram água fria nas pretensões do Santos. O time da casa não se achou na etapa final e sofreu para levar perigo ao ataque. A tensão era visível no estafe do time da casa pela atuação do rival.
Jô em Santos x Corinthians na Vila Belmiro — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Destaques individuais
Não só de Giuliano o Corinthians viveu na tarde do último domingo. Outros jogadores também foram evoluindo com o decorrer do clássico. Na zaga, João Victor fez mais uma grande partida, com velocidade, visão de jogo e bom posicionamento. Hoje, é titular de maneira incontestável.
Enfim jogando novamente como primeiro volante, Gabriel também terminou com ótima atuação. Importante para o sistema defensivo, fez três desarmes, além de sete duelos ganhos no chão. Nitidamente, o jogador se sente mais à vontade em sua posição de origem.
Fagner, um pouco mais participativo no ataque, também fez ótima partida. O lateral é fundamental para o jogo do Corinthians. Teve chance clara de marcar em belo chute de fora da área e participou de outros lances interessantes à frente.
Os problemas...
Com o desenvolvimento de seus novos meias no time titular, é possível que o Corinthians comece a pensar em jogadas menos previsíveis no ataque. Uma construção mais criativa, com mais qualidade, certamente vai aproximar a equipe do gol.
A tendência é que Mosquito passe a ser menos sobrecarregado e perca o cargo de "salvador da pátria" todo jogo. Antes, era a única válvula de escape de um Corinthians burocrático. A ver como vai se comportar Renato Augusto, velho conhecido da casa.
A partida também mostrou que Gabriel funciona melhor como um camisa 5, sua função de origem, e não como armador pela esquerda como vinha jogando. Problema semelhante acontece com Roni. Muitas vezes, o jovem volante acaba como um dos homens mais enfiados no ataque.
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