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Bastidores de um conflito: a cronologia dos fatos que botam Flamengo e Gabigol em lados opostos


sexta-feira, 11 de junho de 2021

Partes seguem convictas de suas posições divergentes e departamento médico rubro-negro serve de defesa para os dois lados. Clube não tem dúvidas de ato de indisciplina, enquanto atacante se vê exposto


Mais um capítulo do conflito escancarado entre Flamengo e CBF, com argumentos divergentes de parte a parte, e que colocou o clube em rota de colisão com seu principal jogador.

Assim pode ser definido o episódio da ausência de Gabigol em Curitiba para a partida contra o Coxa pela Copa do Brasil mesmo após recomendação do Flamengo. Além do atacante, o chefe do departamento médico, Márcio Tanure, se relacionou com as três partes envolvidas na polêmica que deixou todos insatisfeitos e abraçados às suas próprias razões.


Gabigol deve voltar a ser titular da Seleção após cinco anos — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Gabigol deve voltar a ser titular da Seleção após cinco anos — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

O episódio começa por um mini flashback de duas semanas, quando Gabriel fica fora do jogo contra o Palmeiras, pela primeira rodada do Brasileirão. O problema estomacal apontado como causa do desfalque existiu, assim como um desconforto muscular. O atacante ficou fora dos dois treinamentos após o jogo com o Vélez e o risco de agravamento do problema às vésperas da apresentação à Seleção foi ponderado com a complacência do Flamengo.

Na reincidência do problema, o clube, por sua vez, exigiu que o diagnóstico fosse de seu próprio departamento médico, em recado dado a Gabigol antes mesmo do comunicado da CBF informando que um exame indicava o edema. Neste momento, o atacante já tinha falado com dirigentes e Rogério Ceni para expor a situação e o desejo de permanecer em São Paulo para tratamento.

Gabigol se apresentou à seleção após desfalcar o Flamengo contra o Palmeiras — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Gabigol se apresentou à seleção após desfalcar o Flamengo contra o Palmeiras — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A recomendação rubro-negra seguiu firme: Gabigol era aguardado em Curitiba para avaliação dos médicos do clube. Posicionamento que ficou ainda mais inflamado após o diagnóstico da CBF. Não é de hoje que há divergências bruscas entre o chefe do departamento médico do Flamengo, Márcio Tanure, e da Seleção, Rodrigo Lasmar. E a divulgação do edema sem que a entidade contactasse o clube chegou como querosene na fogueira.

O Flamengo já estava incomodado com mais uma lesão de Rodrigo Caio enquanto servia a Seleção. Há relatos de que tratamentos preventivos para o joelho, recomendados pelo clube, não foram executados e deixaram o zagueiro exposto ao problema. E o caso Gabigol gerou muita irritação.

Amparados pelo posicionamento de Márcio Tanure, os dirigentes rubro-negros emitiram a nota de que aguardavam o atacante em Curitiba. A programação previa que Gabriel e Everton Ribeiro partissem no mesmo voo de São Paulo e um exame de ressonância magnética já estava marcado no Paraná.

Gabigol já se queixava de dores musculares após jogo com o Vélez — Foto: Staff Images/Conmebol

Gabigol já se queixava de dores musculares após jogo com o Vélez — Foto: Staff Images/Conmebol


Gabigol, por sua vez, ignorou a recomendação e manteve a decisão de se tratar em São Paulo à espera da apresentação para Copa América nesta sexta. O atacante se colocou à disposição para realização do exame particular em na capital paulista para enviar ao Flamengo, que não viu como suficiente.

A notícia de que Gabriel não iria para Curitiba foi publicada pelo ge na manhã de quinta-feira. Pouco depois, os representantes emitiram um comunicado alegando que o departamento médico do Flamengo tinha concordado com o diagnóstico da CBF que vetava o atleta do jogo contra o Coritiba. As informações do lado do jogador dão conta de que o contato foi direto com Márcio Tanure, em versão que o Rubro-Negro não tem conhecimento.

Foi quando o bate-boca se tornou público, e o Flamengo reafirmou que aguardava Gabriel em Curitiba. Todo imbróglio tornou proporções maiores, com todas as partes muito irritadas. O clube trata a decisão como insubordinação do atleta, que, por sua vez, se sente exposto e se apega ao laudo da CBF.

O clima ficou pesado entre as partes e o tempo distante por conta da Copa América chegou em boa hora. Dirigentes que estavam no Rio de Janeiro entraram em ação e participaram das discussões ao longo da quinta-feira para debater medidas e punições.

Com o início da preparação para Copa América nesta sexta-feira, Gabriel só volta ao Flamengo ao término da participação do Brasil na competição, que tem final marcada para 10 de julho. Até lá, no entanto, o tema segue quente nos bastidores e o desejo de momento dos dirigentes é de punição ao camisa 9.



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