Verdão finalizou 35 vezes contra o CRB e não conseguiu fazer o gol que daria a classificação para o atual campeão da Copa Brasil, que deixa a competição de forma muito decepcionante
A postura até abatida de Abel Ferreira após a eliminação nos pênaltis para o CRB evidencia o pior momento do Palmeiras sob o comando do português. Desilusão, frustração, vexame...
Fica a gosto de cada um escolher a palavra que melhor define o que foi a inesperada eliminação logo no primeiro confronto da Copa do Brasil, em casa, e depois de fazer 1 a 0 no confronto de ida - o time alagoano devolveu o placar no tempo normal e depois venceu por 4 a 3 nas penalidades.
Nem Abel usou em defesa de sua equipe as 35 chances criadas ao longo do confronto no Allianz Parque. Muitas dessas oportunidades vieram de chutes de longa distância, ou foram travadas pela boa defesa do CRB, que conseguiu fazer com que, apesar do bombardeio, o goleiro Diogo Silva trabalhasse menos do que as estatísticas indicam.
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Wesley perdeu uma grande chance na pequena área, no primeiro tempo — Foto: Marcos Ribolli
É difícil imaginar que um time com 35 finalizações contra duas do rival, 68% de posse de bola, mais escanteios e mais dribles não tenha conseguido nem um gol. Mas é mais uma prova de que o Palmeiras encontra dificuldades para furar marcações pesadas.
O próprio técnico admitiu que talvez metade desses arremates não tenham sido a melhor decisão a se tomar, mas é fato também que na primeira etapa foram duas chances claríssimas desperdiçadas, com Wesley, na pequena área, e Rony, tirada em cima da linha por Gum, do CRB.
Para piorar, o erro de Victor Luis aos cinco minutos deu o gol e chance de o CRB passar o restante do confronto apenas bloqueando o atual campeão da Copa do Brasil, à espera dos pênaltis, como aconteceu.
Quando há uma frustração tão grande como essa, é natural - e necessário - que seja ligado um sinal de alerta, para correção de rota. Abel mais uma vez viu a equipe piorar após as trocas feitas, algo que já aconteceu na temporada.
Mesmo que desfalcado por lesões e convocações, o técnico tinha opções para fazer o Palmeiras não depender tanto de cruzamentos aleatórios, como foi em boa parte do segundo tempo, depois de um jogo de mais paciência na metade inicial.
Não há um abalo interno (e nem deve ter) quanto à boa avaliação do trabalho do português, que de cara conquistou dois títulos. Mas é inegável que a temporada de 2021 tem deixado um gosto muito mais amargo na boca do palmeirense, pois foram três vices - Recopa Sul-Americana, Supercopa e Campeonato Paulista -, além dessa eliminação que entra como uma das mais dolorosas da história recente do Verdão.
Há uma inconstância clara no desempenho do Palmeiras da temporada de 2021. Embora obviamente não fosse seu plano, Abel Ferreira agora terá mais tempo para treinar e encontrar formas de melhorar o time, mesmo que sem o número de reforços que desejava - Deyverson, Dudu e talvez Borja são candidatos a tentar suprir as ausências que o técnico entende ter no ataque.
Ao grupo também cabe uma reflexão quanto à postura, em alguns momentos menos intensa do que se espera, e ao controle emocional para resolver jogos complicados.
Contra o próprio CRB, o time teve a chance de se classificar nos pênaltis, mas Luiz Adriano, um dos mais experientes do grupo, errou mais uma cobrança. Já são quatro derrotas seguidas em penalidades e ainda resta a Libertadores pela frente.
Mais um problema a se corrigir para não sofrer a mesma desilusão no principal torneio do Palmeiras. E agora, pelo Brasileirão, o Verdão tem "só" um Dérbi contra o Corinthians, sábado, em casa, para tentar tirar o peso da eliminação, lembrando que o rival também caiu na terceira fase da Copa do Brasil.
Jogadores do Palmeiras após eliminação na Copa do Brasil — Foto: Marcos Ribolli
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