Abel escala time com muitas peças ofensivas e tem grande volume de jogo no ataque
No eterno dilema do futebol brasileiro de um time conseguir ganhar e apresentar um futebol bonito e ofensivo, o Palmeiras mostrou na vitória por 3 a 1 sobre a Chapecoense, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, que tem qualidade, jogadores e características para isso.
Mesmo com diversos desfalques, o Verdão teve atuação convincente e poderia ter feito mais gols, principalmente no primeiro tempo. E o esquema utilizado por Abel Ferreira foi fundamental pra isso.
O Palmeiras foi a campo com aquela tática que a gente usa no videogame: escala um monte de gente no ataque, com os homens de velocidade pelos lados, dois meias que chutam bem, centroavante e o único volante também com características ofensivas.
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Wesley comemora com Rony o gol do Palmeiras contra a Chape — Foto: Marcos Ribolli
Obviamente a escolha de Abel Ferreira foi muito mais organizada e pensada do que fazemos no futebol virtual, mas esse conceito deu certo e deixou o Palmeiras bem ofensivo, criando inúmeras chances.
Com Raphael Veiga e Gustavo Scarpa na armação, Wesley e Rony pelos lados, Luiz Adriano de centroavante e Mayke apoiando muito pela direita, o Verdão teve enorme volume ofensivo. Fez dois gols nos primeiros minutos, foi para o intervalo vencendo por 3 a 0 e poderia ter sido mais.
Também é evidente que com essa formação o time cederia mais espaços atrás. Patrick de Paula, muito usado por Abel como meia, era o único volante. A Chapecoense criou chances e assustou. Já era esperado dentro do cenário montado pelo português.
Mas, diante da fragilidade do adversário, foi um risco calculado e muito bem apostado. O saldo foi positivo, já que foram muito mais chances criadas do que cedidas, e o placar reflete a diferença.
Abel Ferreira não abriu mão da saída com três atrás, recuando Victor Luis ao lado dos zagueiros. Assim, liberou Mayke pra atuar quase como um ponta. Ele deu o cruzamento para o primeiro gol e foi peça importante no ataque.
Wesley, aberto pelo lado esquerdo, onde rende mais, voltou a ter grande destaque, com dois gols, sendo um deles um golaço, muitos dribles, oportunidades construídas e intensidade o tempo todo.
A ressalva fica por conta da atuação de Rony, grande destaque do time nos últimos tempos. Sem jogar como centroavante, como vinha fazendo, teve desempenho bem abaixo dos demais. Aí cabe a Abel saber como e onde utilizar aquele que pode ser considerado o seu melhor jogador, mas em uma função diferente.
Abel Ferreira em Palmeiras x Chapecoense — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras
Como o próprio Abel Ferreira falou na entrevista coletiva depois do jogo, o adversário também proporcionou que o time jogasse dessa maneira. Por isso, esse esquema pode ser "suicida" contra equipes mais fortes.
Mas, em confrontos com equipes de menor qualidade, como a Chapecoense, foi um grande acerto do treinador. O Palmeiras se impõe, tem volume, cria e manda no jogo.
Mais do que isso, passa um recado importante para o seu torcedor. Em meio a alguns jogos de pouca produção ofensiva e futebol pragmático, o time mostra que tem sim qualidade para jogar bem e bonito.
O Palmeiras volta a campo na quarta-feira, contra o CRB, às 19h, pela partida de volta da terceira fase da Copa do Brasil. No sábado, também às 19h, pelo Brasileirão, tem clássico com o Corinthians. Os dois jogos serão no Allianz Parque.
Voz da Torcida: assista à análise de Luana Maluf