Equipe com suplentes perde para 4 de Julho e coloca participação na Copa do Brasil em xeque
Os tropeços na Copa Libertadores, até com derrota no Morumbi, redirecionaram a atenção para o “expressinho” do São Paulo. Os questionamentos sobre o nível competitivo de uma formação majoritariamente reserva ganharam força na noite de terça-feira. A derrota por 3 a 2 para o 4 de Julho, time da Série D, faz a equipe correr o risco de um vexame histórico na Copa do Brasil.
A glória no torneio ainda surge como algo inédito para o clube tricolor. O São Paulo nunca levou o troféu da principal competição de mata-mata (e mais lucrativa atualmente) do país. Agora, após uma noite desastrosa do sistema defensivo e que traz novas dúvidas sobre o elenco, o clube vai precisar vencer por dois gols de diferença na volta, terça-feira, às 19h (de Brasília), no Morumbi, para avançar sem a necessidade de disputa por pênaltis.
Além de Daniel Alves e Benítez, machucados, e Arboleda e Liziero servindo seleções, o São Paulo viajou ao Piauí sem Tiago Volpi, Igor Vinícius, Bruno Alves, Miranda, Léo, Reinaldo, Luan, Rodrigo Nestor, Gabriel Sara, Igor Gomes, Pablo, Luciano e Rojas. São 17 nomes fora que na terça-feira destruíram a organização da equipe, principalmente na defesa.
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São Paulo, comandado por Hernán Crespo, perdeu no Piauí e precisa reagir na Copa do Brasil — Foto: Rubens Chiri
Sem opções, Hernán Crespo improvisou Orejuela no trio de zaga com Rodrigo Freitas e Diego Costa, que não vinham aproveitando as chances concedidas nos últimos jogos. No meio, o trio Shaylon, Hernanes e William funcionou em raros momentos, assim como Welington – Galeano, na direita, teve noite apagada.
O maior problema, contudo, deu-se no campo coletivo. As bolas paradas defensivas, um problema dessa formação com suplentes, reapareceram de maneira preocupante. Os três gols do 4 de Julho nasceram de bolas cruzadas para a área, tipo de jogada na qual o São Paulo se comportou como uma equipe muito aquém das próprias capacidades.
Vitor Bueno e Eder durante o confronto no Albertão — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Mesmo diante de um competidor do quarto escalão do futebol brasileiro, o São Paulo se complicou com a formação majoritariamente reserva. Que pese os erros de arbitragem, como o gol anulado de Galeano no fim, a equipe de Hernán Crespo volta de Teresina repleta de questionamentos sobre o funcionamento coletivo e individual.
Com o calendário aliviando a partir desta terça, alguns nomes vão ver os minutos em campo diminuírem ainda mais. A possível última imagem deste “expressinho” foi a pior possível, com uma derrota inesperada e que antecipa a pressão por resultados para um clube que saiu da fila há pouco mais de uma semana.
O sistema defensivo teve noite desastrosa (e não se fala apenas individualmente). Falta de concentração e falhas de posicionamento complicaram o São Paulo diante das bolas levantadas para a área de Lucas Perri, que também viveu noite ruim, embora tenha realizado duas defesas que evitaram um desastre ainda maior.
Orejuela esteve envolvido nos dois primeiros gols. No primeiro, levou azar de bola espalmada por Lucas Perri, que desviou no colombiano e entrou no gol. No segundo, os dois aspectos citados anteriormente (concentração e posicionamento) resultaram na chance bem aproveitada por Gilmar Bahia.
Hernanes começou bem, mas caiu de ritmo (assim como o São Paulo) — Foto: Rubens Chiri
No terceiro gol, Vitor Bueno errou o cabeceio e cedeu a oportunidade para Rômulo cabecear sobre Lucas Perri. A sequência de erros também limitou o poder de reação do São Paulo. Psicologicamente, o gol que decretou o resultado derrubou o time.
Nem a presença de Hernanes, experiente e vencedor pelo clube, mudou o panorama. Aliás, a noite do veterano teve semelhanças com outras partidas: bons momentos, principalmente no começo, mas queda de ritmo e competitividade na parte final do jogo.
O que deu certo
Eder anotou dois gols e pela primeira vez atuou durante 90 minutos — Foto: Rubens Chiri
Ofensivamente, Eder viveu a noite mais participativa no São Paulo. Além dos dois gols, o veterano chamou a responsabilidade e tentou individualmente tirar a equipe de uma noite ruim. Pela primeira vez, o camisa 23 atuou os 90 minutos com a camisa são-paulina.
Próximos passos
4 de Julho comemorou uma vitória histórica diante do São Paulo — Foto: Marcelo Cardoso/AGIF
Crespo e a comissão técnica certamente vão refletir sobre a estratégia de alterar tanto a equipe para os jogos de meio de semana. O calendário dará maior folga (nem tanta) para as próximas semanas, incluindo o duelo que pode ressignificar a temporada do São Paulo.
No sábado, a partir das 19h (de Brasília), a equipe deve ir com os titulares para o confronto diante do Atlético-GO, fora de casa, em busca da primeira vitória no Brasileirão. O duelo decisivo contra o 4 de Julho está marcado para terça-feira, no mesmo horário, no Morumbi.