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Árbitros da região falam das dificuldades do período sem futebol


sexta-feira, 5 de junho de 2020

Árbitros da região falam das dificuldades do período sem futebol


Antonello Nadal/Ivaiporã


A paralisação do futebol no Paraná e no Mundo devido a pandemia de coronavírus não prejudica somente clubes, jogadores e torcedores, mas também interfere diretamente na vida daqueles que precisam do futebol para sobreviver, como é o caso dos oficiais de arbitragem

No Brasil, a profissionalização da arbitragem ainda não é regulamentada. Portanto, a categoria não tem um salário fixo e direitos trabalhistas garantidos. Todos recebem por partida apitada. Ou seja, sem jogos, sem salário.

Com o anuncio da liberação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para volta dos treinos das equipes paranaenses, o Paraná Centro conversou com o árbitro Amarildo Aparecido dos Santos Júnior, de Godoy Moreira, e com o árbitro assistente de Jardim Alegre, Bruno Fernando Aparecido Rohling, que integram o quadro de oficiais da Federação Paranaense de Futebol (FPF), e apresentaram um panorama da realidade atual e falaram das perspectivas pós-pandemia quando o futebol puder retornar.

Segundo os oficiais, a pandemia aconteceu em um ano em que os dois teriam uma agenda repleta de escalas para Jogos Oficiais do Estado e também na Federação Paranaense de Futebol, tendo em vista que a Escola do Esporte, associação a qual eles são vinculados, tem grande influência na Associação Paranaense de Árbitros de Futebol (Apaf). Além disso, eles relataram que o dinheiro que ganham apitando os mais diversos campeonatos fará falta para investir na profissão, valores que não se recupera devido aos longos meses inativos.

“Vários campeonatos estão parados e muitos jogos foram cancelados. Por isso, o futuro é incerto e o ano da arbitragem está praticamente perdido porque mesmo quando voltar o futebol, os clubes optarão por árbitros que sejam de regiões próximas para diminuir custos”, opinou Amarildo Júnior, que é funcionário concursado da Prefeitura de Godoy Moreira, e aspirante da federação vivendo a expectativa da pré-temporada da FPF para ficar a disposição de ser escalado em partidas de divisões inferiores no Estado.

“Trabalho com vendas fora de Jardim Alegre e tenho disponibilidade para ir a vários jogos, mas com a pandemia e a falta de jogos, a situação apertou e tive que recorrer ao Auxilio Emergencial do Governo Federal para pagar as contas”, completou Bruno Rohling, que bandeirou esse ano duas partidas do Campeonato Paranaense da 1ª Divisão.

Sobre a preparação neste período em que estão em casa, os oficiais ressaltaram que a Federação Paranaense envia vídeos com provas teóricas sobre regras para manter todos ativos e prontos para o retorno assim que as autoridades sanitárias permitirem.

Eles admitiram que assim como aconteceu na Alemanha e Coréia do Sul – países onde o futebol voltou – muita coisa vai mudar. Serão necessárias medidas preventivas como higienização da bola, estádios sem torcida, gols comemorados sem abraços. “Será um futebol muito diferente e menos alegre”, previram os oficiais de arbitragem da região.


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