História
Nos primórdios, o futebol praticado era bem diferente daquele de hoje em dia. Para se ter uma ideia, os toques com a mão eram permitidos – e por qualquer jogador em campo. Os goleiros não existiam. Nem o passe para frente. As balizas sequer eram delimitados em sua altura (com isso, cabia aos dois times decidir se a bola havia passado acima ou abaixo das traves laterais). E as Regras do Jogo não eram 17, como hoje, mas apenas 13 – o impedimento, o árbitro, o tempo e o pênalti foram introduzidos somente nos anos seguintes.[2] Porém, por mais que tenham mudado - e atualizado - as regras, a essência do jogo pouco mudou.[3]
Segundo Emídio Marques de Mesquita, ex-árbitro e atual instrutor de arbitragem da Fifa, ao contrário do senso comum de que as regras do futebol são estáticas, “o que acontece é que elas mudam com critério, porque o sucesso do futebol está justamente em sua simplicidade.” Assim – e com medo de perder uma popularidade que jamais foi alcançada pelos esportes em constante mutação, como o vôlei ou o basquete –, o futebol prefere não mudar. Ou mudar muito pouco.[3]
Uma mudança interessante, por exemplo, aconteceu em 1891. Até então o pênalti não existia. Ele foi sugerido por um irlandês, chamado William McCrum, e aprovado pela Fifa, depois que o zagueiro Hendry, do Notts County, evitou o gol do empate do Stoke City tirando com a mão uma bola em cima da linha. Era o último minuto da decisão da Copa da Inglaterra daquele ano, e a falta, cobrada a poucos centímetros do gol (como mandava a regra na época), deu em nada: o goleiro do Notts ficou postado na frente da bola e defendeu-a com facilidade. Ficou claro, ali, que alguma coisa tinha que ser feita.[3]
Já um exemplo de uma regra que foi testada e não aprovada foi a cobrança do arremesso lateral com os pés. Ela foi testada (e reprovada) durante o Mundial Sub-17 disputado no Japão em 1993, e até virou regra na Segunda Divisão belga. Mas ninguém ficou a favor. A cobrança dos laterais com os pés praticamente eliminava o desenvolvimento do futebol no meio-de-campo.[3]
Primeiras Regras do Futebol
A primeira versão das Regras do Jogo trazia definições genéricas sobre o futebol. Delimitava o tamanho do campo, as infrações e as saídas de jogo. Pregos e placas de ferro estavam vetados das chuteiras. E as maiores diferenças para o esporte atual estavam no impedimento e no uso das mãos. Qualquer jogador do mesmo time à frente da linha da bola estava impedido, o que tornava os passes em progressão impossíveis. Além disso, o goleiro não existia e qualquer jogador poderia agarrar a bola no alto – ganhando uma cobrança de tiro livre se fizesse isso.[4]
Em 1863, foram escritas as primeiras regras do football association. Foi nesse ano que Ebezener Corb Morley, secretário-geral da Federação Inglesa, escreveu o “FA Minute Book”, que é quase consensualmente o momento fundador do futebol moderno. Essa obra marca o momento em que o futebol e o hugby começaram a percorrer caminhos diferentes, a ponto de hoje serem duas modalidades completamente distintas.
Os oito fundadores das primeiras regras do futebol são:
- Ebenezer Cobb Morley (1831-1924);
- Arthur Pember (1835-1886);
- Charles William Alcock (1842-1907);
- Francis Maule Campbell (1843-1920);
- John Forster Alcock (1841-1910);
- Herbert Thomas Steward (1839-1915);
- George Twizell Wawn (1840-1914);
- James Turner
Em 1865 a revista “Bells Life” publicou 14 regras, formuladas em reunião da entidade em 26 de Outubro de 1863; que serviriam de base para a formulação das 17 regras atuais do futebol.[5] Essa publicação trouxe mais duas alterações importantes na história do futebol. Foram autorizados os passes para a frente e a regra do impedimento foi alterada, considerando os jogadores em posição legal desde que houvesse três adversários entre eles e a linha de golo.
CONTEÚDO DE REGRAS DO JOGO ATUALIZADAS CLIQUE NO LINK
https://conteudo.cbf.com.br/cdn/201909/20190902145532_358.pdf
VÍDEO COMPLETO SOBRE AS REGRAS ATUALIZADAS
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